Eu escalo o dia,
com a alegria da canseira,
com a delícia desta vida inteira,
de saber dos filhos, netos, e a arrelia,
de saber que seguem os caminhos,
meninas e meninos, tantos de tantos trilhos.
Ganho forças nas pernas,
pra seguir subindo,
na direção do que vem vindo,
a vida plena, em voltas eternas,
o solto vento da beleza luzindo,
nas crianças, tão pequenos e ternos...
E quando sei dos infortúnios,
dos amigos, que feito eu
constroem a vida com o que se deu,
e mesmo quando tudo aponta lamúrias
vejo o ramo, que no triste da noite cresceu,
mesmo quando as dores mais espúrias,
nos dão a certeza do etéreo,
firme no ar que vaga longe,
na leveza que a velha dor esconde,
na diluição do ar, vago, infinito e sério,
como eu, neste dia, subindo o monte,
minha infante escalada rumo ao mistério.
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