quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Por dentro



Um velho andava na estrada,
em cada dia vertia, seu senso,
e ampliava-se pra além do consenso,
e sentia-se ser do tudo e do nada...

Só o caminho dizia do sem fim
sem começo, sem estrela e céu,
sem vento levando semente ao léu,
sem hora e decência, por mim...

E eu, o velho, observava...
Como quem bebe Aipim em Caiçuma,
e fala com a Mata e em Tukuna,

como a Onça no Igarapé nadava,
e o Saci de velas no vento alçava,
coloria o dia, a vida, e por dentro o fuma...

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