Eu, como fosse um adorno
um abandono em fato
desapareço-me, fato inato,
feito enlace sem contorno...
Nada é, nem será vital,
enquanto a dor não for vista,
e suas causas revistas,
e seus deveres cheguem ao final...
Eu que já fui tantas vezes portal,
tanto da delícia, quanto desespero,
tanto afago, (des)amargo esmero,
atencioso e raro, vil e ignaro,
anjo caridoso do bem, mais horrível mal!
Sigo, porque o canto, ou sua vaidade, me é caro!
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