sexta-feira, 27 de abril de 2012

Apenas existir

O branco manchado de chumbo da nuvem que se destaca
Neste céu de tanta imensidão desta minha amada cidade
Vale a dor que sinto por estar aqui e continuar nesta saudade
De algo que nem sei se já houve, e está marcada à estacas

Piqueteado nos terrenos de sonhos de meu agitado coração
Marcado com os ferros e fogos deste sentimento de lembrança
De uma vida que sonho ter, ou que tive, folguedo de criança
Gravado em ouro, tesouro que me faz me sentir mais são.

E assim é esta a ventura que me liga mais forte à vida,
Como um fio azul que me prende quando me solto a dormir
Como a lembrança das serras, e mares, e almas queridas

Pois que a verdejante lembrança pode me redimir
E me levar a outros paraísos onde seja frutífera a lida
E eu possa por fim ver a leveza e a graça de apenas existir.

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