sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Alegria aguda

Nestas chuvas de dezembro,
Eu canto, quando troco as cordas,
Desta Viola com que me toco
Nestas matinas em que tu me acordas,
E eu me lembro...

Me lembro da cor do riacho,
Da textura da mesa,
Do cheiro que exalava de cada naco,
Vencendo a tristeza,
Com a fervura no tacho...

Tacho onde cozinhavam sustentos,
Se venciam as fainas,
Com cheiro da cheiros verdes e tabaco,
E se enchiam os travesseiros das painas,
Com a maciez que crescia por dentro...

Por dentro da força das barrigudas,
Que geram a água e a vida,
No parimento da vida em que me troco,
Em que me vivo na gigante lida,
E me espraiam desta alegria aguda...

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