quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Fogo




Um vaso, uma flor aprisionada,
Sua beleza no esquadro, angulada,
Aturdida sua limitada vida ilimitada,
Uma flor, sua dor nunca contada.

Um abraço que não dou, um precipício,
Um parente que nem chega ao hospício,
Nem sai da emergência, e é tão difícil,
Nossa vida, nestes altos edifícios,

Meus retratos me maltratam e desmentem,
Digo que há dor, mas os sorrisos sentem,
As delícias que os seres que se pertencem,

E numa insonância me desvencilho do calor,
Das venturas da inconsequência, do seu valor,
Sem valor, só demência, onde crepita o fogo cria dor...

Um comentário:

  1. Hoje é um dia de reflexões sobre a vida e a morte, as perdas e os ganhos, a alegria e a tristeza. Quantas vezes estamos sorrindo na face e chorando no coração! É bom externar os sentimentos. Parabéns por mais este lindo soneto.

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